Que
não há mais romantismo no criminoso dos dias de hoje, todos nós sabemos. Há
tempos que estes “seres” deixaram de lado todo o pudor que os impedia de
cometer atos bárbaros e partiram, sim, para a mais pura obscenidade. Não se falam
mais em ladrões de galinha, batedores de carteira, golpes do vigário e do
bilhete premiado. Os bandidos passaram a adotar outra técnica: a da violência.
Tenho
saudades da época em que os bandidos tinham nomes engraçados: José Galinha,
João Trapaceiro, Mané das Couves, Zé Dorestes, Vicentina, Maria da Lé. Hoje são conhecidos por nomes "comuns" e muitas
vezes bizarros: Wellington, Cleverton, Anisvaldo (!!). Não são mais
galanteadores e apaixonados, incapazes de fazerem mal a uma mulher, tal qual
diversos diretores de cinema os retrataram. São uns despudorados, isso sim!
Se
o ladrão romântico já não existe mais, acredito que ainda restam uns poucos
gatos pingados que podem ser considerados, ao menos, comediantes. Sim! Trata-se
do ladrão engraçado!
Dia
destes o meu irmão caminhava pela estação do Metro de São Paulo ouvindo sua
música predileta no seu Ipod quando diante dele surgiu um homem bastante
assustado e que se forçava para demonstrar-se como perigoso.
-Ei,
mano! Passa quatro reais para minha mão agora! - Disse o vagabundo.
Meu
irmão, por sequer acreditar que aquele sujeito moribundo e com cara de babaca
se tratava de um assaltante, sequer deu bola para ele, e seguiu caminhando sem
nem sequer fitá-lo com os olhos.
O
ladrão, que sequer foi notado, assim permaneceu na obscuridade e nem reuniu
forças para perseguir a sua vítima, que, sorrindo, caminhou até a saída da
estação sem nem entender o que havia acontecido.
Quando
soube da história fiquei pensando comigo mesmo. Como pode um indivíduo
prestar-se à profissão de ladrão, uma das mais antigas da humanidade, e
limitar-se a pedir quatro reais? Por que não cinco, dez, ou cinqüenta reais? Por
que não subtraiu o Ipod que meu irmão segurava nas mãos? Qual o motivo de ter
se limitado aos malditos quatro reais?
Fico
aqui pensando o que ele teria feito se meu irmão, temeroso como só, tivesse lhe
entregado uma nota de cinco reais. É bem possível acreditar que ele, satisfeito,
devolveria o troco.
Pessoal, prometo postar com mais frequencia de agora em diante! Ok?
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ResponderExcluirHahahahaha Coitado do Zé Dorestes!
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