quinta-feira, 28 de outubro de 2010

VÍCIO!!


Eu sou um viciado. Não em entorpecentes, cigarros, bebidas ou jogos, mas, acredite, em doces. E também não se trata de qualquer doce, mas sim do chocolate. Confesso que meu vício já se encontra em estado avançado.

Sempre fui apaixonado por chocolate. A sensação que ele me traz é fugaz e inebriante. Ao passo que quase todos os demais vícios são combatidos pela sociedade e pelo Estado, o meu, muito pelo contrário, é incentivado. “E como!”
O meu interesse pelo chocolate vai tão longe que após um período de abstinência sou capaz de devorar uma caixa inteira deles sem o menor pudor ou culpa. É algo incontrolável.

Dia destes fui sozinho até uma mercearia próxima de minha casa e lá me esbaldei comprando caixas e caixas de diversos tipos de chocolate. Aquela sensação, em que pese não ter sido a primeira, foi única. Ao retornar para o meu carro, abri imediatamente uma das caixas e, num impulso incontrolável, detonei de pronto cerca de quatro unidades do chocolate. Ao comer tantos doces de uma única vez, senti-me culpado, mas ainda assim não consegui reunir forças suficientes para me disciplinar.

Ao chegar em casa, como um pseudo-criminoso, dirigi-me até o meu quarto e ali, no armário, escondi minhas caixas de preciosidades. Escondi-as em razão do desejo de devorá-las todas sozinho. Não era justo dividir aquele prazer incomensurável com alguém. Sim, eu sou culpado por isso!

Minha angústia aumenta a cada vez que sorrateiramente vou até o armário de meu quarto e, por debaixo dos cobertores, pesco algumas unidades do chocolate para comê-las de imediato.

Observo que algumas pessoas mais contidas conseguem comer devagarzinho, quase que em silencio, uma unidade de chocolate. Isso para mim é impensável, adquire ares de verdadeira tortura! Como não devorar aquela delícia de uma única vez?

Aos meus alunos sempre prometo algum chocolate a título de recompensa por uma resposta correta, mas, adivinhem, até com eles estou em lastimável falta. Sempre prometo os chocolates e nunca os entrego. Eles, é claro, não me entendem e sempre me cobram...

Como já mencionei, o meu vício, além de não ser contido, é incentivado. As pessoas que conheço, sempre generosas, presenteiam-me frequentemente com chocolates de diversas marcas. Mal sabem o que estão fazendo. Para mim, é o mesmo que um amigo de um alcoólatra oferecer-lhe uma garrafa de whisky, ou uma trouxinha de maconha a um viciado. Não posso negar o agrado. Vocês já imaginam o motivo...

AVISO A TODOS! Da próxima vez, presenteie-me com uma maça ou uma mexerica, ou quem sabe, apenas um pedacinho de chocolate!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

O Galudão: MUSICA ATÉ AS ÚLTIMAS CONSEQUÊNCIAS

O Galudão: MUSICA ATÉ AS ÚLTIMAS CONSEQUÊNCIAS: "Não consigo entender por qual razão grande parte das pessoas gosta de ouvir música em volume além do necessário. Pode parecer perseguição o..."

MUSICA ATÉ AS ÚLTIMAS CONSEQUÊNCIAS


Não consigo entender por qual razão grande parte das pessoas gosta de ouvir música em volume além do necessário. Pode parecer perseguição ou chatice mesmo, mas não posso mais me calar e deixar de falar sobre o tema.


A pergunta que faço aos de ouvido pouco sensível: Por que não curtir os acordes de uma música de forma mais introspectiva?


Alguns hão de argumentar que o volume alto da música possui a função de propiciar o convívio entre as pessoas, de facilitar o contato ou de somente entreter mesmo. Discordo amplamente.


A música alta não facilita o convívio ou o contato, a não ser o físico. É impossível conversar tranquilamente com qualquer pessoa em um ambiente impregnado por sons em volume exacerbado, pois, para se fazer ouvido, tem-se que gritar muito e isso é péssimo para as relações sociais e para a troca de informações.


A respeito da função de entretenimento da música, somente posso justificar o volume alto para aqueles com sentimentos possessivos em relação ao outro, pois não admitem que os demais fiquem sem apreciar a sua música. Isso é ridículo, e fica pior dependendo do tipo de música que se ouve.

Quando falo de música em volume alto, não falo somente da música gravada, mas também da música tocada ao vivo, com instrumentos amplificados. É impressionante constatar que quase todos os músicos possuem fixação à percepção dos acordes de seus instrumentos, razão pela qual os amplificam ao último volume. Isso gera uma relação em cadeia, pois que os demais músicos também querem ser ouvidos e consequentemente também aumentam os volumes de seus instrumentos.


Os cantores também não fogem à regra. Alguns deles sentem uma necessidade doentia de gritar ao microfone a fim de atingir notas supostamente dificílimas. Eu particularmente não ouço este tipo de música. Por que não cantar de forma mais sublime, tranqüila?

Os músicos do jazz e da bossa nova são exemplos do que defendo. Não há motivo para que um som seja reproduzido em volumes tão altos a ponto de incomodar as pessoas. O que significa entretenimento e arte acaba por se transformar em tortura!

Dia destes fui com minha família à festa de formatura de uma amiga. Devo confessar que sempre fui avesso a este tipo de evento, mas não pude deixar de não comparecer e atender ao atencioso convite. Já na chegada comecei a me desesperar. Uma fila imensa de pessoas se aglomerava incivilizadamente a fim de beliscar algo para o jantar ou para pegar uma bebida.


Não bastasse o inconveniente do péssimo serviço, o som dos músicos que se apresentavam era ensurdecedor, quase que apocalíptico. Tive que me esforçar ao máximo para não demonstrar descontentamento ou derrubar alguns dos formandos que insistiam em tentar demonstrar o quanto estavam felizes!


Não que a festa toda estivesse uma porcaria, mas confesso que contei os minutos para poder ir embora sem que pensassem que eu não havia gostado. Não culpo a minha amiga ou o serviço da festa, pois sei que na verdade sou mesmo um chato e, assim como o cigarro faz mal á saúde, música alta também assim o faz!!!