quarta-feira, 10 de novembro de 2010

ZEDORESTES

Os mistérios que o envolvem já se iniciam pelo seu nome: “ZEDORESTES”. Há aqueles que defendem que o nome deriva da composição Jose Orestes. Outros dizem que deriva do nome Zé do Oeste. Eu particularmente fico com ZEDORESTES.
É preciso, meu leitor, escrever com muito cuidado e respeito sobre Ele (sim, em maiúsculo em razão da necessária reverência).
Caipira matuto do centro-oeste paulista, ZEDORESTES é tido por muitos como o maior cowboy brasileiro. Aos que não tiveram o prazer de conhecê-lo, seguem algumas curiosidades acerca de sua vida:
Os registros mitológicos nada trazem a respeito do nascimento de ZEDORESTES. Muitos falam e falam, mas nada comprovam. Há relatos que dão conta que ZEDORESTES surgiu em meados de janeiro de 1940 na pequenina vila de Juquiratiba, distrito distante do município de Conchas, mas não consta o seu registro de nascimento em nenhum cartório do Estado de São Paulo. Apenas se sabe que ele surgiu, mas não se sabe de onde.
De altura baixa, não ultrapassando 1,60m de altura, ZEDORESTES sempre foi muito rápido e astuto. Não! Não pensem que este era um defeito Dele! Acredita-se que Ele aparentemente desejou ter esta altura. Parece-me que a baixa altura sempre foi utilizada por ele com extrema habilidade para seus mais variados afazeres.
Não é respeitoso falar da cor de ZEDORESTES. Se possível fosse, talvez ele pudesse ser classificado como mulato, mas ainda não surgiu pessoa no mundo que pudesse qualificá-lo desta forma. ZEDORESTES não tem cor, ele é a reunião de todas as cores em um só homem. Procurem à vontade, que nenhum registro encontrarão a respeito de ZEDORESTES! Ele sempre foi totalmente avesso a qualquer classificação ou registro de si.
Ah... muitos hão de ter curiosidade se ZEDORESTES era ou não um homem sábio. Acreditem, é impossível ter havido homem mais sábio que ele na terra. Exímio caçador, ZEDORESTES também tinha habilidades metereológicas. Dizem que, ao ser perguntado a respeito da previsão do tempo, Ele parava, lentamente olhava para o céu e, como se conversasse com Deus, murmurava palavras indecifráveis. Poucos segundos depois voltava com a previsão. Ele nunca errou!
ZEDORESTES também se destacou na habilidade com os animais. As histórias dos mais velhos dão conta que em certa oportunidade não houve homem ou mulher na região que conseguisse domar um cavalo bravo que teimava em derrubar os cavalheiros que se atreviam a montá-lo. Chamaram, é claro, ZEDORESTES. Ele aceitou o convite, pois adorava "desafios". Quando se aproximou do animal raivoso, este se submeteu imediatamente às suas ordens. Dizem que bastou um olhar de ZEDORESTES para que o animal se amansasse.
Rapaz de conversa fácil e de grande amizade, ZEDORESTES tinha aversão à tecnologia! Dizia com uma certeza inabalável que aquelas novidades criadas pelo homem faziam-lhe mal. Narra-se que nas poucas vezes que ZEDORESTES entrou em um veículo, negou-se a usar o cinto de segurança. Disse com toda a seriedade que o cinto de segurança poderia matá-lo caso o veículo capotasse e pegasse fogo. Que sabedoria a Dele!
ZEDORESTES sempre foi casado com Vicentina. Eita mulher mais brava!! Somente ela conseguia dominar o Homem! Não vou tratar dela neste primeiro momento. Aguardem que ela será objeto de muitos outros "causos"...
Há muitas histórias a respeito deste grande mito brasileiro. Com a devida licença, querido leitor, pretendo narrá-las pouco a pouco, digerindo-as e me deliciando com cada uma delas. Podem me cobrar! Quero que conheçam as histórias do Douradão, da Vicentina, da Casa Velha, da Jibóia, da Mata Fechada e do seu amigo cão, além da história tenebrosa do pacto com o demônio e das viagens no Calderan. Para deleite de todos, segue uma pequena homenagem à LENDA...