segunda-feira, 4 de outubro de 2010

MUSICA ATÉ AS ÚLTIMAS CONSEQUÊNCIAS


Não consigo entender por qual razão grande parte das pessoas gosta de ouvir música em volume além do necessário. Pode parecer perseguição ou chatice mesmo, mas não posso mais me calar e deixar de falar sobre o tema.


A pergunta que faço aos de ouvido pouco sensível: Por que não curtir os acordes de uma música de forma mais introspectiva?


Alguns hão de argumentar que o volume alto da música possui a função de propiciar o convívio entre as pessoas, de facilitar o contato ou de somente entreter mesmo. Discordo amplamente.


A música alta não facilita o convívio ou o contato, a não ser o físico. É impossível conversar tranquilamente com qualquer pessoa em um ambiente impregnado por sons em volume exacerbado, pois, para se fazer ouvido, tem-se que gritar muito e isso é péssimo para as relações sociais e para a troca de informações.


A respeito da função de entretenimento da música, somente posso justificar o volume alto para aqueles com sentimentos possessivos em relação ao outro, pois não admitem que os demais fiquem sem apreciar a sua música. Isso é ridículo, e fica pior dependendo do tipo de música que se ouve.

Quando falo de música em volume alto, não falo somente da música gravada, mas também da música tocada ao vivo, com instrumentos amplificados. É impressionante constatar que quase todos os músicos possuem fixação à percepção dos acordes de seus instrumentos, razão pela qual os amplificam ao último volume. Isso gera uma relação em cadeia, pois que os demais músicos também querem ser ouvidos e consequentemente também aumentam os volumes de seus instrumentos.


Os cantores também não fogem à regra. Alguns deles sentem uma necessidade doentia de gritar ao microfone a fim de atingir notas supostamente dificílimas. Eu particularmente não ouço este tipo de música. Por que não cantar de forma mais sublime, tranqüila?

Os músicos do jazz e da bossa nova são exemplos do que defendo. Não há motivo para que um som seja reproduzido em volumes tão altos a ponto de incomodar as pessoas. O que significa entretenimento e arte acaba por se transformar em tortura!

Dia destes fui com minha família à festa de formatura de uma amiga. Devo confessar que sempre fui avesso a este tipo de evento, mas não pude deixar de não comparecer e atender ao atencioso convite. Já na chegada comecei a me desesperar. Uma fila imensa de pessoas se aglomerava incivilizadamente a fim de beliscar algo para o jantar ou para pegar uma bebida.


Não bastasse o inconveniente do péssimo serviço, o som dos músicos que se apresentavam era ensurdecedor, quase que apocalíptico. Tive que me esforçar ao máximo para não demonstrar descontentamento ou derrubar alguns dos formandos que insistiam em tentar demonstrar o quanto estavam felizes!


Não que a festa toda estivesse uma porcaria, mas confesso que contei os minutos para poder ir embora sem que pensassem que eu não havia gostado. Não culpo a minha amiga ou o serviço da festa, pois sei que na verdade sou mesmo um chato e, assim como o cigarro faz mal á saúde, música alta também assim o faz!!!

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